Geração de Gabi bate na trave mais uma vez e ainda anseia por grande conquista no vôlei feminino
Brasil tinha esperanças de ouro na modalidade, mas caiu para os Estados Unidos na semifinal das Olimpíadas
Jogadoras do Brasil lamentam eliminação nas Olimpíadas (Foto: Natalia KOLESNIKOVA / AFP)Copiar LinkEscrito por Lance!
• Publicada em 10/08/2024 – 06:57 • Paris (FRA)
O vôlei feminino do Brasil sentiu novamente o amargor do “ficar por pouco”. Em semifinal contra os Estados Unidos, nas Olimpíadas, a Seleção foi derrotada por 3 sets a 2, em um confronto onde as principais referências do time não apareceram e sucumbiram à pressão.
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A capitã Gabi é um dos melhores exemplos. Líder da atual geração brasileira, a camisa 10 sentiu o tamanho da partida e errou viradas de jogo além da conta. Em determinado momento, a ponteira tinha somente cinco pontos de ataque em 30 tentativas. Desempenho que influencia negativamente no jogo verde e amarelo.
Carol, referência técnica para o mundo do voleibol, não conseguiu ditar seu ritmo em quadra. Roberta parecia previsível nos levantamentos, com medo de arriscar bolas de meio ou na pipe. Ana Cristina, mesmo jovem, assumiu a responsabilidade, mas os tons da experiência que ainda não tem foram cruciais para a derrota no quinto set.
Ciclo curto, entresafra, jogadoras jovens. Os pontos a serem debatidos são vários. Mas fato é que a geração atual segue sem conquistar um título de grande expressão na modalidade. Veja os desempenhos recentes:
🏆 OLIMPÍADASRio-2016: Quartas de final – 2×3 ChinaTóquio-2020: Medalha de prata – 0x3 EUAParis-2024: Semifinal – 2×3 EUA
🏆 MUNDIAL2014: Semifinal – 0x3 EUA2018: Queda na segunda fase de grupos2022: Medalha de prata – 0x3 Sérvia
🏆 LIGA DAS NAÇÕES2018: Semifinal – 0x3 Turquia2019: Medalha de prata – 2×3 EUA2020-21: Medalha de prata – 1×3 EUA2022: Medalha de prata – 0x3 Itália2023: Quartas de final – 2×3 China2024: Semifinal – 2×3 Japão
Qualidade é um quesito que não falta dentro do time de José Roberto Guimarães. O treinador ainda segue como um dos melhores da esfera feminina no mundo, e é o mais pronto hoje para conduzir a Seleção de volta aos caminhos da vitória, os quais conhece bem.
Falta o entendimento do jogo grande. Discernir momentos. Saber que cada ponto é diferente, e que em confrontos nivelados por cima, se você sofre cinco pontos, também tem a capacidade de marcar os mesmos cinco pontos. Compreender que a confiança é crucial para seguir em frente: craques que erram uma virada de bola não podem perder o ritmo; precisam entender que têm aptidão para virar outras três.
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É nítido nos olhos de um atleta quando ele está assustado com as condições que o esporte lhe propõe, e quando ele está preparado. A geração atual segue “arregalando os olhos” diante do medo da derrota.
A casca já foi criada, a base está fincada para Los Angeles. As condições são as melhores possíveis para esquecer qualquer tipo de dor. O que machucou tem que ficar em Paris. A partir da disputa do bronze, já se inicia um novo ciclo. Gabi, Carol, Rosamaria, Ana Cristina: nomes que têm perícia suficiente para ficarem marcados na história do vôlei feminino. Mas a história é feita de momentos grandes. Sucumbir ou se tornar o diamante que tanto se investiu. Eis a questão.
Macris, Thaisa, Gabi e Rosamaria lamentam derrota do Brasil no vôlei feminino (Foto: Natalia KOLESNIKOVA / AFP)